O Sangue que Nunca Derramou

Dia 25, relembro-me de um homem, um homem alto e
forte com uma armadura fria e brilhante, ao qual
apercebi-me já de longe que teria um passado intrigante.

Ele foi o único que reparou em mim de toda a gente, ele
olhou e viu-me como a pessoa que sou. Pequena,
individual e tão corajosa quanto como quem já viajou.

Sendo cuidada como uma princesa desde pequena, mas
nunca realmente obtendo o amor que sempre mereci,
então eu espalho-o em dobro, porque não me custa,
custa-me é não ver amor no mundo em que eu nasci.

Criando contraste na vida sofrida de quem não merecia,
libertando-a de um trauma que ela trazia. Aponto-lhe
com uma flor que arranquei sem cuidado do local onde
pertencia, sinto que ele sorria, não com o rosto, mas com
o coração tentando expressar alegria pensando que
ninguém o via... mas eu vi.

Vi-o como uma pessoa sincera, uma pessoa pequena
como eu, vi-o como alguém, visto por ninguém, mas com
o carinho que ele nunca recebeu.

No meio do caos fui puxada, senti-me amarrada, negada,
mas agora sinto-me talvez um pouco lembrada, mesmo
que isso implique que a sua pessoa permaneça privada.

Silêncio da Tortura

Mulheres com o seu manto vermelho, cor de um amor
único como o de uma mãe, mas vermelho cor de guerra,
cor de todo o tipo de sangue derramado pelos mesmos que supostamente lhes dariam a terra.

Tapadas pelo sangue do seu "papel", onde o amor foi
esquecido e a sua história comprada, mas apagada.

Enjauladas nos seus próprios pensamentos, não podendo
se libertar, como se amar fosse um erro de se pensar.

Rostos de histórias curtas e outros de rostos apagados
com histórias longas, pois é mais fácil dar ouvidos a
"quem merece" do que a alguém que realmente interesse.